Escolher um crédito habitação é uma das decisões financeiras mais importantes que uma família pode tomar. Não se trata apenas de conseguir o financiamento necessário para comprar uma casa, mas de garantir que esse compromisso a longo prazo seja sustentável e equilibrado com o restante orçamento familiar. Com tantas opções disponíveis no mercado e uma variedade de condições a considerar, é fundamental estar bem informado antes de tomar qualquer decisão.
Neste artigo, vamos explorar os principais pontos que as famílias devem ter em conta na hora de escolher um crédito habitação, para garantir que fazem a escolha certa e a mais adequada às suas necessidades.
1. Tipo de taxa de juro: Fixa, Variável ou Mista
O tipo de taxa de juro escolhido vai definir se as prestações do crédito se mantêm constantes ou variam ao longo do tempo. Há três tipos principais de taxas de juro:
– Taxa Fixa: Garante que as prestações mensais se mantêm estáveis durante toda a vigência do contrato. Esta opção é ideal para quem prefere uma maior previsibilidade e não quer estar sujeito às flutuações do mercado. No entanto, as taxas fixas tendem a ser mais altas do que as variáveis no início do contrato.
– Taxa Variável: As prestações variam de acordo com a evolução da Euribor (a taxa de referência para muitos créditos habitação na Europa). Se as taxas de juro descerem, o valor das prestações pode baixar, mas se subirem, o encargo mensal pode aumentar. Esta opção é ideal para quem está disposto a correr algum risco, apostando em eventuais descidas das taxas.
– Taxa Mista: Combina um período inicial com taxa fixa (geralmente entre 3 a 5 anos), seguido de uma taxa variável. Oferece uma espécie de “meio-termo” entre a segurança inicial e a flexibilidade posterior.
Dica DS PRIVATE: Para tomar uma decisão informada, tenha em conta o contexto económico e as previsões para as taxas de juro nos próximos anos. Se espera que as taxas Euribor continuem a descer, um crédito a taxa variável pode ser uma boa opção. Caso contrário, a segurança de uma taxa fixa pode ser preferível.
2. Spread: a margem do banco
O spread é a margem de lucro que o banco acrescenta à taxa de referência (como a Euribor) para determinar a taxa de juro final do crédito. Um spread mais baixo traduz-se em juros menores e, consequentemente, prestações mais baixas.
Os bancos oferecem diferentes spreads, dependendo do perfil do cliente e do risco associado. Fatores como a estabilidade laboral, o montante da entrada inicial e o historial de crédito podem influenciar o spread proposto.
Dica DS PRIVATE: Negociar o spread com o banco é possível e pode fazer uma grande diferença no custo total do empréstimo. Se tem um bom perfil financeiro, utilize isso como argumento para tentar obter melhores condições.
3. Prazo do empréstimo: quanto tempo vai pagar?
O prazo do crédito habitação afeta diretamente o valor das prestações mensais. Um prazo mais longo resulta em prestações menores, mas também significa pagar mais juros no total do empréstimo. Por outro lado, um prazo mais curto implica prestações mais altas, mas menos juros pagos ao longo do tempo.
A escolha do prazo deve equilibrar a sua capacidade de pagamento mensal com o desejo de minimizar os encargos com juros.
Dica DS PRIVATE: Uma boa regra é optar por um prazo que permita uma prestação mensal confortável, sem comprometer o orçamento familiar, mas que não seja excessivamente longo, para evitar pagar demasiados juros ao longo do contrato.
4. Montante de financiamento e entrada inicial
O montante que o banco está disposto a financiar depende da avaliação do imóvel e da capacidade financeira do cliente. No entanto, a maioria dos bancos exige uma entrada inicial que pode variar entre 10% a 20% do valor da casa.
Quanto maior for a entrada inicial, menor será o montante a financiar e, consequentemente, os juros a pagar. Além disso, uma entrada maior pode ajudar a negociar melhores condições de spread e taxas de juro.
Dica DS PRIVATE: Se possível, reúna uma entrada inicial superior a 20% para conseguir melhores condições. Ponderar adiar a compra para aumentar a poupança pode ser uma estratégia inteligente a longo prazo.
5. Comissões e outros custos
Além da taxa de juro, os créditos habitação têm outros custos associados, como comissões de abertura, avaliações de imóvel, despesas de registo e seguros obrigatórios (vida e multirriscos). Estes custos podem variar significativamente entre instituições bancárias.
Dica DS PRIVATE: Compare as ofertas de diferentes bancos, não apenas com base nas taxas de juro, mas também considerando os custos totais. A Taxa Anual Efetiva Global (TAEG) é um bom indicador para comparar o custo real de diferentes créditos, pois inclui todos os encargos associados.
6. Flexibilidade de pagamento
Alguns créditos habitação permitem amortizações antecipadas, ou seja, a possibilidade de abater parte do capital em dívida antes do prazo, sem penalizações significativas. Esta flexibilidade pode ser útil para reduzir os encargos com juros ao longo do tempo, caso surjam oportunidades de aumentar os pagamentos.
Dica DS PRIVATE: Escolha um crédito que ofereça flexibilidade para fazer amortizações antecipadas sem grandes penalizações. Esta opção pode ser útil se espera receber rendimentos adicionais ou bonificações no futuro.
7. TAEG: Comparar o custo total
A Taxa Anual Efetiva Global (TAEG) inclui todos os custos associados ao crédito, como juros, comissões e seguros. É uma métrica essencial para comparar diferentes propostas de crédito, pois reflete o custo real e total do empréstimo.
Dica DS PRIVATE: Ao comparar diferentes créditos, não olhe apenas para a taxa de juro, mas também para a TAEG. Esta taxa dá-lhe uma visão mais completa do custo total do crédito.
8. Seguros obrigatórios
O banco exige que os clientes tenham um seguro de vida e um seguro multirriscos sobre o imóvel. Estes seguros representam um custo adicional e, em alguns casos, o banco pode oferecer pacotes com o crédito habitação. No entanto, é possível contratar os seguros fora da instituição financeira, o que pode resultar em poupanças.
Dica DS PRIVATE: Não se sinta obrigado a aceitar a proposta do banco. Na DS PRIVATE, comparamos diferentes opções no mercado por si, garantindo-lhe o melhor preço e condições para os seguros obrigatórios.
9. Capacidade Financeira
Antes de assinar um contrato de crédito habitação, é crucial avaliar a sua capacidade financeira. A regra comum é que a prestação mensal não ultrapasse 30%-35% do rendimento mensal disponível da família.
Dica DS PRIVATE: Faça uma análise detalhada do seu orçamento familiar e avalie se consegue suportar as prestações do crédito sem comprometer a sua qualidade de vida.
Escolher o crédito habitação certo requer tempo e uma análise cuidada de todos os fatores envolvidos. Ao seguir estas dicas e considerar cada um dos pontos mencionados, estará mais preparado para tomar uma decisão informada e adequada às suas necessidades financeiras e familiares.
Lembre-se, um crédito habitação é um compromisso a longo prazo, por isso é importante garantir que está a fazer a escolha mais acertada para o seu futuro. Na DS PRIVATE, os nossos especialistas estão prontos para o ajudar a encontrar a melhor solução de crédito habitação, adaptada às suas necessidades.